quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

A resma de papel e os milhões do Estado

O Bloco de Esquerda apresentou hoje, na Assembleia da República, dois projectos-de-lei com que pretende tornar a vida política mais transparente.

Todos sabemos como funcionam as coisas: hoje é-se deputado, amanhã membro do Governo e, depois, quem sabe?, talvez admnistrador de uma empresa com capitais públicos com interesses na área que tutelou... Na prática, serve-se o Estado e, a seguir, serve-se do Estado.

Os argumentos aduzidos, hoje, por Luís Fazenda, na apresentação do projecto, são mais do que óbvios, correctos e rigorosos em nome da transparência com que a vida e a coisa públicas deviam ser norteadas.

O PS, tal como fez anteriormente, deverá "chumbar" o projecto.

Mas, a verdade é que, enquanto as coisas se mantiverem como estão, a vida pública continuará a ser vista, em muitos casos, como algo de nebuloso, que prejudica e desacredita, em última análise, a democracia e o sistema político.

"Um deputado que tenha uma papelaria não pode vender uma resma de papel a uma escola em frente da loja. No entanto, um deputado que seja de uma sociedade de advogados pode representar o Estado em negócios de milhões de euros", afirmou, hoje, Luís Fazenda. O exemplo, feliz, é elucidativo e só não entende quem aproveita com a promiscuidade instalada.

Paulo F. Silva

Um comentário:

OBJECTIVO: SOCIALISMO! disse...

É habitual ouvirmos afirmar que os politicos são todos iguais e o que pretendem é servir-se do Estado. Tal estado de coisas promove um cada vez maior afastamento por parte dos cidadãos da "coisa pública". Cabe ao Bloco de Esquerda e às forças que se reclamem da democracia e do socialismo uma luta intransigente contra a opacidade e promiscuidade entre os interesses publicos e privados e dar conta dessa luta aos seus concidadãos de molde a não deixar cair a democracia no atoleiro.

Ferreira dos Santos

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